Um bombeiro militar do Rio de Janeiro foi preso na manhã desta segunda-feira (16) em Campos dos Goytacazes em uma operação da Polícia Federal que investiga suspeitos de organizar e financiar os atos terroristas no Distrito Federal, em 8 de janeiro. Outras duas pessoas são procuradas.
O preso é o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior, que atua em Guarus, no Norte Flumiense.
"Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível", afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Leandro Monteiro.
Os suspeitos são investigados por associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais, em razão do ataque em Brasília .
A operação também apura a participação dos alvos na organização de atos golpistas em frente a quartéis em Campos dos Goytacazes e de bloqueios de vias em atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições.
Terrorismo em Brasília
Praticados por bolsonaristas radicais, os atos terroristas de 8 de janeiro destruíram o Congresso, o Palácio do Planalto e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Os criminosos quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
No mesmo dia e na segunda (9), mais de 1,8 mil pessoas foram detidas – e 1,3 mil permaneceram presas.
A PF apura, ainda, atuação de outras pessoas na organização e financiamento dos atentados. Na terça-feira (10), a corporação prendeu Ana Priscila Azevedo, filmada participando dos atos, e que é apontada como uma das organizadoras dos ataques. E, nesta segunda, o subtenente Souza Júnior.
Também foram detidos o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, aliado de Bolsonaro (PL), e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto. Ambos foram detidos por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inflamou atos golpistas com uso de violência em diversas ocasiões durante o mandato, é investigado em um inquérito que mira os autores intelectuais do atentado.