O deputado federal Murillo Gouvêa (União) vai destinar cerca de R$ 2 milhões, por meio de emenda parlamentar, para os estudos de viabilidade técnica de contenção do avanço do mar em Atafona. Uma comitiva de São João da Barra foi recebida pelo ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, nesta quarta-feira (17), em Brasília. A perspectiva é que, após o estudo de viabilidade, o projeto seja levado novamente ao ministro, em busca de investimentos do governo federal na obra. Como o blog informou (aqui) nessa segunda-feira (15), o encontro foi articulado por Gouvêa.
O recurso para os estudos técnicos será destinado à Universidade Federal Fluminense (UFF), responsável por executar o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental. O objetivo é comparar as propostas de intervenção já apresentadas, considerando os aspectos técnicos, econômicos e ambientais, para apontar a alternativa mais ajustada. Como informado pelo blog também na segunda, o Ministério Público Federal (MPF) sugeriu que a UFF fosse a responsável pela etapa de análise.
A prefeita Carla Caputi (sem partido), os nove vereadores do município e a secretaria de Meio Ambiente de SJB, Marcela Toledo, participaram do encontro. A comitiva também contou com a participação do geógrafo marinho Eduardo Bulhões, professor da UFF, e João Siqueira, secretário do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana. Outro político da região presente foi o deputado estadual Bruno Dauaire (União), atual secretário estadual de Habitação.
— É um problema complexo, discutimos bastante e entendemos que o estudo precisa ser atualizado. A tecnologia mudou, os fenômenos climáticos também mudaram. O ministro Waldez Góes foi muito solícito e o deputado federal Murillo Gouvêa se comprometeu a custear, por emenda, esse estudo — disse a prefeita Carla Caputi, lembrando que o problema da erosão na praia do Açu também foi tratado.
A cobrança por alguma medida no litoral de São João da Barra é recorrente e voltou a ganhar força após intervenções exitosas no município de Balneário Camboriú (SC) e na praia de Meaípe, em Guarapari (ES).
Erosão ocorre há mais de cinco décadas
No mês passado, Murillo Gouvêa visitou a praia de Atafona durante a festa de Nossa Senhora da Penha. Ele pôde ver de perto uma parte as consequências do avanço do mar. O único deputado federal da região recebeu cobranças para que pudesse articular alguma ação por meio do governo federal.
Há mais de 50 anos a erosão costeira vem redesenhando a paisagem de Atafona. São cerca de três metros a menos de faixa de areia a cada ano. Desde a década de 1960, mais de 15 ruas e 500 casas foram engolidas pelo mar. O assunto é recorrente no noticiário, inclusive internacional. Projetos mais consistentes de uma possível contenção, ou mitigação dos estragos, estão em debate desde 2013 — no entanto, até o momento, nada saiu do papel.