A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) ficará um pouco mais diversificada a partir do ano que vem, com a posse dos eleitos ontem. Entre os 70 deputados estaduais, haverá duas representantes da população LGBTQIA+ e 15 mulheres — três a mais do que as eleitas em 2018. Do total, 22 se declararam pretos (oito) ou pardos (14), mais dos que os 19 da atual legislatura. Desta vez, há ainda uma asiática (Elika Takimoto, do PT) e uma indígena (Índia Armelau, do PL).
A professora da Escola de Comunicação Social da UFRJ, doutora em ciência da literatura, roteirista e dramaturga Dani Balbi (PCdoB) é a primeira transexual eleita na história da Alerj. Lésbica e preta, Verônica Lima (PT) também foi escolhida e promete ser, acima de tudo, “uma lutadora do povo”:
— Vou batalhar por políticas públicas que garantam dignidade e oportunidade para todos e todas, como já fiz como vereadora em Niterói, atuando na defesa da vida das mulheres, da população negra, da juventude e de toda a população que mais precisa. Vamos lutar por emprego, renda, comida no prato, cultura, serviços públicos de qualidade e segurança para todos e todas.
A renovação da Casa será de quase 50%. Do total de deputados que assumirão em fevereiro, 32 (45,7%) são novatos, embora vários sejam parentes de políticos ou já tenham exercido cargos públicos no Executivo e no Legislativo. O mascote da Casa tem apenas 24 anos, mas chega com um sobrenome de peso: o estudante Andrezinho Ceciliano (PT) é filho do atual presidente da assembleia, André Ceciliano (PT), que concorreu ao Senado.
Aliás, sobrenome foi fundamental para levar Danielle Monteiro (PL) ao seu primeiro mandato. Ela é irmã do ex-vereador cassado Gabriel Monteiro, que teve sua candidatura indeferida. O político, com uma lista de acusações, conseguiu eleger até o pai para a Câmara dos Deputados.
Trincheira de resistência’
Com 17 deputados, o PL terá a maior representação partidária na nova Alerj, seguido por União Brasil (oito) e PT (sete). O PSD, do prefeito Eduardo Paes, conseguiu fazer seis parlamentares, incluindo três ex-secretários municipais: Cláudio Caiado (Habitação), Guilherme Schleder (Esportes) e Eduardo Cavaliere (Meio Ambiente). O PSOL se manteve com cinco cadeiras.
Reeleito, o governador Cláudio Castro (PL) não deve encontrar barreiras no Legislativo: sua base tem pelo menos 50 deputados. Mas, a despeito de o Parlamento ser conservador, o deputado Carlos Minc (PSB) acredita que haverá “uma boa trincheira de resistência contra retrocessos na Alerj”.
Os políticos que permanecem na Casa
A nova legislatura estadual terá 38 deputados reeleitos. No atual mandato, 15 decidiram disputar outros cargos, e quatro optaram por não ir às urnas: Eliomar Coelho, Anderson Alexandre, Sergio Louback e Luiz Martins. Se, por um lado, Márcio Canella foi o mais votado, o desempenho de outro reeleito chama atenção. Rodrigo Amorim (PTB), mais votado em 2018 (140.666), desta vez teve 47.225 votos. O mes votado foi Giovani Ratinho (Solidariedade), com 33.416 votos.
Conheça, a seguir, a lista dos que terão mais quatro anos na Alerj: Márcio Canella (União Brasil); Renata Souza (PSOL); Rosenverg Reis (MDB); Dr. Serginho (PL); Rodrigo Bacellar (PL); Daniel Librelon (Republicanos); Jair Bittencourt (PL); Filippe Poubel (PL); Valdecy da Saúde (PL); Samuel Malafaia (PL); Flávio Serafini (PSOL); Val Ceasa (Patriota); Bruno Dauaire (União Brasil); Tia Ju (Republicanos); Fabio Silva (União Brasil); Carlos Macedo (Republicanos); Martha Rocha (PDT); Lucinha (PSD); Brazão (União Brasil); Carlos Minc (PSB); Gustavo Tutuca (PP); André Correa (PP); Anderson Moraes (PL); Márcio Gualberto (PL); Zeidan (PT); Leo Vieira (PSC); Dani Monteiro (PSOL); Célia Jordão (PL); Rodrigo Amorim (PTB); Doutor Deodalto (PL); Doutor Pedro Ricardo (Pros); Dionisio Lins (PP); Luiz Paulo (PSD); Franciane Motta (União Brasil); Filipe Soares (União Brasil); Chico Machado (Solidariedade); Jorge Felippe Neto (Avante) e Giovani Ratinho (Solidariedade).