O ex-senador Jean Paul Prates foi confirmado nesta quinta-feira (26) como novo presidente da Petrobras. O Conselho de Administração da estatal aprovou o nome de Prates para assumir o posto de forma interina (temporária). A indicação em definitivo depende do aval da Assembleia de Acionistas, que deve se reunir em abril.
Prates já tinha sido anunciado como o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo ainda em dezembro, no fim da transição. Mesmo antes, já era apontado como favorito.
Veja abaixo quem é, e o que pensa Jean Paul Prates:
O novo presidente da petroleira é: advogado, economista, ambientalista, empreendedor e dirigente sindical, segundo a sua própria biografia. Tem mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Na área de petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 80. Em 1991, fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo. Prates ainda trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte. Em 2014, foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período 2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do Norte, com a eleição e posse de Bezerra. Como senador, foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e da Frente em Defesa da Petrobras. Prates cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo. Botafoguense, foi diretor de futebol do Alecrim Futebol Clube em 2015.
No fim de dezembro, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos combustíveis. Em uma de suas falas, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas. "[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando", afirmou no início do mês. Ele defende que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia abandonada pela atual gestão. O senador também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis, diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo. Prates, durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo. Segundo o petista, uma das possibilidades seria a implementação de um "colchão de amortecimento", ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores cobrados dos consumidores possam ser menores. Ele também é crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Porém, prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.