Fotos: Reprodução Polícia Civil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta segunda-feira (14) a Operação Espectro, com foco no combate à atuação ilegal no setor de combustíveis e na identificação de possíveis ramificações da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado. A ação foi coordenada pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e resultou na interdição de dois postos de combustíveis clandestinos, localizados em Cascadura, na Zona Norte da capital, e em São Gonçalo, na Região Metropolitana.
Segundo as investigações, os postos operavam sem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e comercializavam combustíveis adulterados. A fraude foi confirmada pela perícia técnica da Polícia Civil, que identificou substâncias irregulares na composição dos combustíveis.
De acordo com a DDSD, além de funcionarem de forma ilegal, os estabelecimentos vendiam combustíveis com alto grau de adulteração, o que representa risco à segurança viária, danos a veículos e prejuízos diretos ao consumidor. As práticas configuram crimes contra a ordem econômica e contra as relações de consumo, conforme previsto na Lei 8.137/90.
Envolvimento do PCC
As diligências da Polícia Civil apontam indícios de que os postos fazem parte de um esquema estruturado de lavagem de dinheiro operado pelo PCC. A facção estaria usando o setor de combustíveis como fachada para movimentar grandes somas em espécie, facilitar evasão fiscal e ampliar sua presença no Rio de Janeiro.
“O setor de combustíveis é altamente rentável, possui histórico de irregularidades e movimenta grandes volumes em dinheiro vivo. É um campo fértil para a infiltração do crime organizado”, afirmou um investigador envolvido na operação.
A presença da facção em setores estratégicos representa uma ameaça direta à livre concorrência, à economia legalizada e à segurança pública. A Polícia Civil já identificou outros postos suspeitos de estarem sob o controle de grupos criminosos e trabalha para desarticular toda a rede envolvida.
Os postos foram interditados e lacrados, enquanto os funcionários foram levados para prestar depoimentos. Os proprietários devem responder criminalmente, podendo ser responsabilizados também por ocultação de patrimônio e formação de quadrilha.
O nome da operação faz referência à maneira sorrateira e quase invisível com que o crime organizado infiltra-se em setores estratégicos da economia. A Polícia Civil destaca que, mesmo não sendo facilmente perceptível à sociedade, essa presença é corrosiva e capaz de desequilibrar estruturas legais e institucionais.
A Polícia Civil reforça a importância da colaboração da população e orienta que denúncias anônimas sobre atividades suspeitas podem ser feitas pelo telefone (21) 2253-1177, do Disque Denúncia.