A justiça federal determinou novas perícias nos veículos envolvidos na abordagem da PRF, no dia 7 de setembro, que resultou na morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos.
Na decisão, a 1a Vara Federal Criminal da Capital atendeu ao pedido do Ministério Público Federal e afirmou ser imprescindível à investigação do caso, que sejam feitas novas perícias nas armas dos três agentes da PRF, na viatura usada na noite do crime e no carro em que a família estava.
“Os indícios apontados pelo Parquet Federal demonstram que há dúvida pertinente acerca dos atos periciais até aqui realizados, entre outras circunstâncias que aparentemente tendem a ser melhor elucidadas com o deferimento da prova ora requerida por outro órgão de persecução penal”, diz um trecho da decisão.
De acordo com a justiça federal, os veículos e as armas deverão ser entregues em 24 horas na sede da Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá.
No começo da semana, a Justiça Federal negou o pedido de prisão dos três agentes da PRF, mas determinou medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, afastamento das atividades policiais, recolhimento no período noturno e a proibição de se aproximarem das vítimas.
Nesta sexta-feira (22/09), o pai de Heloísa foi ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Willian da Silva disse que a família está vivendo os piores dias da vida e afirmou que vai lutar por justiça até o fim.
“O mínimo que a gente pede é a responsabilização dos policiais que estão envolvidos no caso, né, que tiraram a vida da Heloísa. Falar que estou satisfeito por eles estarem soltos, né, e a minha filha não ver mais a luz do dia, seria mentira. Eu não estou. Por isso, a minha luta vai ser até o final. Não só pela minha filha, mas para que isso não aconteça em outros casos”, disse Willian.
A PRF informou que a corporação está colaborando com a investigação do MPF e que a Corregedoria-Geral do órgão abriu um procedimento para apurar a conduta dos agentes.