A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira (31/08), no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, a Operação Alapar, que investiga empresas de fachada e outros crimes, como lavagem de dinheiro.
Segundo a Receita Federal, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 25,5 milhões. Na ação de hoje, até um cavalo foi apreendido.
Durante as investigações, foram identificadas operações de compra e venda de imóveis, automóveis de luxo, embarcações e um helicóptero, todos em nome de empresas de fachada e de laranjas. A ação é um desdobramento das Operações Masqué (2019) e Arcano (2021), nas quais foram identificadas várias empresas de fachada utilizadas para envio irregular de dinheiro ao exterior.

De acordo com as investigações, o esquema consistia no uso de documentação inidônea de comércio exterior para lastrear operações de câmbio junto a corretoras de valores, enviando recursos de forma ilícita. As pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema foram fiscalizadas por auditores-fiscais da Receita Federal e, atualmente, mais de R$ 700 milhões referentes a tributos e multas encontram-se inscritos em dívida ativa.
Algumas das empresas de fachada operadas pelo grupo criminoso seriam utilizadas para obtenção de linhas de créditos bancários, mediante pagamento de propina a gerentes das agências. Também foi verificada a utilização das empresas fantasmas em contratações públicas, com fortes indícios de direcionamento e corrupção.
A operação contou com a participação de 70 Policiais Federais, oito auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal, e apoio logístico da Polícia Militar e da Marinha do Brasil.