A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), a Operação Libertatis 2, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa armada e transnacional especializada no comércio ilegal de cigarros. O principal alvo da ação é o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, que segue foragido.
Até o momento, 12 pessoas foram presas em diferentes estados, incluindo um policial militar lotado no 22º BPM (Maré), capturado em Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro. Outras detenções ocorreram em São Pedro da Aldeia (RJ), Serra (ES), Magé (RJ), Nova Friburgo (RJ) e diversos bairros da capital fluminense, como Cachambi, Jacarepaguá, Ilha do Governador, Barra da Tijuca e Campo Grande.
Além das prisões, os agentes apreenderam R$ 48 mil em espécie na casa de um dos alvos, localizada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A ação mobiliza cerca de 200 policiais federais, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No total, são cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, 26 mandados de busca e apreensão e 12 medidas cautelares, incluindo a suspensão das funções de um policial rodoviário federal.
Também foram emitidas ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens do grupo criminoso, avaliados em aproximadamente R$ 350 milhões. Os itens confiscados incluem imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie e valores mantidos em contas bancárias.
As investigações começaram em fevereiro de 2023, quando a PF desmantelou três fábricas clandestinas de cigarros falsificados e resgatou trabalhadores paraguaios mantidos em regime análogo à escravidão. O grupo criminoso controlava o mercado clandestino de tabaco por meio de violência e intimidação, obrigando comerciantes a venderem apenas seus produtos contrafeitos.
A organização possuía uma estrutura bem definida, com núcleos responsáveis pela produção, distribuição e segurança das operações ilegais. Entre os envolvidos, estavam policiais federais, militares e bombeiros, encarregados de garantir a proteção das atividades criminosas e eliminar possíveis concorrências.
Além do tráfico de cigarros falsificados, o grupo também atuava na lavagem de dinheiro, movimentando grandes quantias para o exterior de forma irregular.
Segundo a PF, os métodos de atuação da organização criminosa são semelhantes aos de facções que exploram o jogo ilegal no Rio de Janeiro, o que reforça a periculosidade do grupo liderado por Adilsinho.
A operação conta com o apoio do Ministério Público Federal, do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP) e da Receita Federal.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, redução a condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, crimes contra a saúde pública, fraude no comércio, sonegação fiscal, falsificação de documentos, violação de direitos autorais, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O blog tentou contato com a defesa de Adilsinho, mas não conseguiu localizá-la até a última atualização desta publicação.