A forte ligação entre o vereador Bruno Pezão (PP), preso nesta quarta-feira (18/09) na Operação “Pleito Mortal”, e o traficante José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho, preso em Bangú há mais de dez anos, também será alvo de investigações do Ministério Público Eleitoral (MPE) e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
De acordo com o Ministério Público, a Promotoria Eleitoral “aguarda o desenrolar das investigações para posterior apuração das providências na esfera eleitoral”.
“No que diz respeito aos desdobramentos políticos, qualquer especulação é prematura, uma vez que a situação ainda se encontra no estágio investigativo”, afirmou em nota o MP.
Já a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar o vídeo em que o preso “Ricardinho” aparece em uma videoconferência realizada por Bruno Pezão na Baixada Campista.
“A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informa que está trabalhando em apoio ao Gaeco para o cumprimento dos mandatos e que vai abrir uma sindicância para apurar a veracidade da denúncia”, diz a nota da Seap.
Na manhã desta quarta-feira (18), o vereador Bruno Fernando Santos de Azevedo, mais conhecido como Bruno Pezão, foi preso pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil. O parlamentar era alvo de um mandado de busca e apreensão durante a Operação Pleito Mortal, que apura o assassinato de um cabo eleitoral em Campos, no Norte Fluminense. No entanto, ele foi detido em flagrante durante a operação.
Os agentes localizaram aproximadamente R$ 663 mil em dinheiro e R$ 470 mil em cheques e notas promissórias. Há indícios de que esse montante seja resultado de extorsões realizadas na Baixada Campista.
A operação investiga a morte de Aparecido Oliveira de Moraes, de 69 anos, conhecido como “Aparício”, que foi assassinado com oito tiros dentro de seu veículo na Estrada de Campo Novo, em São Sebastião.
Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, incluindo na Câmara de Vereadores de Campos, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, e em outros locais.
De acordo com as autoridades envolvidas no caso, a relação entre o parlamentar e o traficante será alvo de investigação do Ministério Público Eleitoral e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e os processos podem gerar a impugnação da candidatura de Pezão, que tenta a reeleição ao legislativo campista.
Nota na íntegra do Ministério Público do Rio de Janeiro:
A Promotoria Eleitoral com atribuição aguarda o desenrolar das investigações para posterior apuração das providências que devem ser tomadas nesta esfera.
No que diz respeito aos desdobramentos políticos, qualquer especulação é prematura, uma vez que a situação ainda se encontra no estágio investigativo.
Nota na íntegra da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap):
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informa que está trabalhando em apoio ao Gaeco para o cumprimento dos mandatos e que vai abrir uma sindicância para apurar a veracidade da denúncia.
A Seap acrescenta que fortaleceu o combate ao uso de aparelhos celulares no sistema prisional fluminense, intensificando as revistas nas entradas e nos interiores das unidades e com investimento em ações de inteligência, o que resultou num aumento de 140% no número de telefones apreendidos entre 2020 e 2023. Além disso, a secretaria deu início ao desenvolvimento de um sistema de bloqueio de sinal para as unidades, que já conta com estudo técnico preliminar concluído e se encontra em fase de pesquisa de preço.
Paralelo a isso, a Seap, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), durante operações conjuntas realizadas pelos órgãos, tem feito amplo uso de tecnologia de bloqueio móvel de sinal, capaz de localizar e interromper a comunicação dos equipamentos.
