A investigação desencadeada pelo Gaeco/MPRJ e pela Polícia Federal, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (09/11), em Campos dos Goytacazes, pode avançar para a quebra dos sigilos dos investigados no inquérito.
De acordo com fontes ouvidas pelo Blog, após a apreensão de celulares, computadores e outros aparelhos, além de diversos documentos, o Ministério Público do Rio de Janeiro deve se debruçar no detalhamento de trocas de mensagens, ligações telefônicas e movimentações financeiras atípicas. O objetivo do instrumento jurídico é entender se havia um esquema para beneficiar determinadas empresas, em um contrato de licitação para o transporte escolar na Rede Estadual de Ensino, em Campos.
Um dos fatos que chamou a atenção da investigação, foi uma reunião, realizada no dia 25 de julho de 2022, em que as empresas que já prestavam o serviço de transporte escolar na cidade, há duas décadas, foram chamadas para atualizar a documentação. Entretanto, ao chegar no encontro, os representantes teriam sido

surpreendidos com uma licitação em andamento, com empresas presentes, envelopes prontos com as propostas e toda a documentação necessária para o andamento do processo. De acordo com o Gaeco e a PF, um vereador e seus parentes têm ligação com algumas dessas empresas.
Informações levantadas ao do longo do inquérito apontam, ainda, que a empresa vencedora tinha déficit de ônibus e precisou pegar veículos emprestados para atender a demanda. Segundo as investigações, os indícios são de fraude à licitação.
Em nota, a Secretaria de Educação esclareceu que “todos os recursos públicos destinados ao transporte escolar são descentralizados diretamente às unidades escolares que possuem autonomia para fazer a contratação das empresas que ofertam o serviço.” A pasta também assegurou que “todo e qualquer pagamento de empresas envolvidas deverá ser suspenso”
A Secretaria anunciou, ainda, a abertura de uma sindicância para investigar a conduta dos funcionários envolvidos, que serão afastados de seus cargos, e se comprometeu a cooperar com todas as informações necessárias para a investigação.
O vereador Maicon Cruz divulgou um vídeo no final da manhã desta quinta-feira, onde alega não ter conhecimento dos fatos que motivaram a operação da Polícia Federal e do GAECO.
De acordo com o parlamentar, ele tomou conhecimento dos fatos através da imprensa e não sabe do motivo da ligação do seu nome com a operação.
“Hoje pela manhã fui pego de surpresa pelos veículos de comunicação. Estou à disposição de todas as autoridades. Denúncias sempre vão acontecer e cabe à Justiça fazer o seu papel. Se um dia eu for condenado sobre qualquer irregularidade, renuncio ao meu mandato. Mas ainda não sei como o meu nome foi parar nessa história”, disse o vereador.
Já o vereador Marquinho do Transporte, também citado na investigação, ainda não se pronunciou sobre o caso.