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A 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (que abrange Rio de Janeiro e Espírito Santo) decidiu, na tarde desta segunda-feira (8), manter a prisão de Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias. A decisão também alcança outros 13 investigados.
O ex-deputado estadual havia sido preso na última quarta-feira (3), durante uma operação da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal. A ação foi determinada pelo desembargador Macário Júdice Neto, que autorizou 14 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão.
Todos os alvos da operação, batizada de Zargun, foram detidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal. Entre eles estão:
• Alessandro Pitombeira Carracena, ex-secretário municipal de Ordem Pública do Rio na gestão Marcelo Crivella e ex-secretário estadual de Defesa do Consumidor na gestão Cláudio Castro;
• Alexandre Marques dos Santos, cabo do 4º BPM (São Cristóvão);
• Davi Costa Rodrigues Kobbi da Silva, ex-militar e servidor da Alerj;
• Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho;
• Gustavo Stteel, delegado da Polícia Federal;
• Kleber Ferreira da Silva, ex-PM;
• Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor parlamentar de TH;
• Rodrigo Costa Oliveira, policial militar;
• Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, deputado estadual;
• Wallace Menezes Varges Tobias, cabo do Bope;
• Wesley Ferreira da Silva, soldado do 31º BPM (Barra da Tijuca).
Três alvos seguem foragidos: Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, do Complexo do Alemão; Wallace de Brito Trindade, o Lacoste; e Leandro Alan dos Santos.
As investigações apontam um esquema de corrupção que envolvia TH Joias, chefes do Comando Vermelho e agentes públicos, entre eles policiais militares, um delegado da PF e ex-secretários de governo. O ex-deputado é acusado de atuar em operações de câmbio com grandes valores em espécie para movimentar o dinheiro do traficante Pezão.
De acordo com a procuradora da República Ana Padilha, a investigação conseguiu chegar a servidores públicos com cargos estratégicos que ofereciam suporte direto à facção criminosa. Ela destacou que esses agentes eram fundamentais para a entrada de armamento pesado nas comunidades.
Durante a sessão no TRF-2, advogados de defesa pediram a liberdade dos acusados. O advogado Matheus Osório, representante de Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, solicitou a revogação da prisão ou, ao menos, a substituição por medidas cautelares. Ele argumentou que não há provas contra seu cliente e que sequer foi realizado exame de corpo de delito.
O relator do caso, desembargador Macário Júdice Neto, rejeitou os pedidos. Ele afirmou que Dudu tem papel ativo no grupo, sendo capaz até de negociar com facções rivais, o que demonstra a força da organização criminosa. O magistrado também observou que houve vazamento de informações da operação, o que dificultou a captura de alguns investigados, incluindo o próprio TH Joias.