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O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Marcelo da Fonseca a 60 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de um bebê de seis meses e pela tentativa de homicídio, também triplamente qualificada, contra outro filho, de quatro meses. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (18).
De acordo com o processo, em novembro de 2009, Marcelo provocou a morte do primeiro filho ao fazê-lo ingerir água misturada com “chumbinho”, veneno usado ilegalmente como raticida. Pouco mais de um ano depois, em novembro de 2010, ele repetiu a conduta contra outro bebê, de quatro meses, que sobreviveu graças ao socorro imediato da mãe, levada às pressas para a UPA Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio.
A investigação só avançou após a segunda tentativa. À época, a médica que atendeu o bebê identificou a presença de grãos do veneno nas fezes da criança e acionou a polícia. Com base nesse laudo, os investigadores reconstituíram o histórico do primeiro caso e confirmaram que as duas situações tinham o mesmo padrão: o pai estava presente pouco antes das crianças passarem mal, forçava a ingestão da substância e desaparecia em seguida.
A perícia comprovou o uso do chumbinho nas duas ocorrências. Para os jurados, os crimes foram cometidos por motivo torpe — Marcelo queria eliminar os filhos, frutos de um relacionamento extraconjugal, por temer que a existência deles prejudicasse seu casamento. O Conselho de Sentença também reconheceu que os delitos foram praticados de forma cruel, por envenenamento, contra vítimas em situação de total vulnerabilidade devido à idade.