Uma oficial da Marinha morreu após ser atingida por um projétil durante uma solenidade no Hospital Naval Marcílio Dias, na zona norte do Rio de Janeiro. A médica Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, foi alvejada na cabeça enquanto participava do evento nesta terça-feira (10).
O caso de Gisele elevou para 105 o número de vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio em 2024, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Esse dado representa uma média de quase 10 pessoas atingidas por mês. Do total, 23 vítimas morreram, e 60 casos ocorreram em meio a ações policiais.
Desde 2017, quando o instituto começou a monitorar esses números, 1.142 pessoas foram atingidas por balas perdidas no Grande Rio.
Números de vítimas por ano:
• 2017: 171
• 2018: 231
• 2019: 182
• 2020: 112
• 2021: 109
• 2022: 102
• 2023: 130
• 2024: 105 (até 10 de dezembro)
Entenda o caso
A médica foi atingida na cabeça enquanto acontecia uma operação policial próxima ao Hospital Marcílio Dias. De acordo com a Polícia Militar, agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins foram atacados por criminosos na Comunidade do Gambá. Pouco depois, o comando foi informado de que uma pessoa havia sido ferida no hospital.
A Polícia Civil está investigando as circunstâncias do disparo.
A Marinha divulgou nota lamentando a perda da oficial e prestando apoio aos familiares.
Sobre a médica
Gisele Mendes era especializada em geriatria e ocupava o cargo de superintendente de saúde no Hospital Marcílio Dias, onde ocorreu o incidente. Formada em medicina pela Unirio em 1993, ingressou na carreira pública dois anos depois.
Com a patente de capitão de mar e guerra, Gisele também atuou como diretora do Hospital Naval de Brasília e representou o Brasil em missões internacionais, como o curso de Direito Internacional dos Conflitos Armados na Suíça, em 2023.
Ao longo de sua carreira, contribuiu para projetos como a gestão do Serviço de Atendimento Domiciliar no Hospital Marcílio Dias, tema de sua monografia em 2010.