O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) anunciou, nesta sexta-feira (11/10), a abertura de uma sindicância para investigar denúncias de contaminação pelo vírus HIV em pacientes que receberam órgãos transplantados em unidades da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ). A suposta falha teria ocorrido durante exames de detecção do vírus, realizados por um laboratório credenciado pela SES RJ.
O Cremerj tomou conhecimento do incidente após a publicação de relatos na imprensa e, segundo o presidente da entidade, Walter Palis, a situação é gravíssima. “A segurança dos pacientes é fundamental para garantir o bom exercício da medicina no estado do Rio de Janeiro, e supostas falhas desse tipo são inaceitáveis”, afirmou. A investigação seguirá em sigilo, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional.
Nota do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde também se manifestou, expressando apoio irrestrito aos pacientes e suas famílias. A infecção por HIV foi confirmada em dois doadores e seis receptores, todos envolvidos em transplantes no Rio de Janeiro. A falha ocorreu em testes conduzidos por um laboratório privado contratado pela Fundação Saúde. Como medidas, o Ministério interditou o laboratório responsável, retomou a testagem exclusiva pelo Hemorio e determinou a retestagem dos materiais analisados.
Ação da Secretaria de Estado de Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ) também se posicionou, informando que criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados e garantir sua segurança. O laboratório privado contratado por licitação, responsável pela falha, teve o serviço suspenso e foi interditado, com os exames de doadores de órgãos voltando a ser realizados pelo Hemorio.
A SES RJ está rastreando e reavaliando todas as amostras de sangue dos doadores a partir de dezembro de 2023, quando o laboratório foi contratado. Uma sindicância foi instaurada para apurar responsabilidades e punir os envolvidos. A secretaria também destacou o histórico de excelência do serviço de transplantes no estado, que desde 2006 já salvou mais de 16 mil vidas.