A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) acionou o Ministério Público e solicitou esclarecimentos às forças policiais e à Secretaria de Segurança Pública sobre os procedimentos adotados na operação realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.
Além disso, um ofício foi enviado à Secretaria de Saúde para avaliar o impacto da ação sobre as unidades de saúde na região na manhã desta sexta-feira.
Em nota, a Comissão de Direitos Humanos afirmou que operações sem planejamento estratégico e inteligência, focadas apenas no confronto armado, reforçam o fracasso do modelo de segurança pública do estado. Segundo a comissão, essas ações recorrentes intensificam a violência urbana, sem resultados efetivos a longo prazo, colocando vidas inocentes em risco e dificultando ainda mais o cotidiano dos moradores das comunidades.
“Mais uma vez, o Estado adota operações desse tipo, optando pelo caminho mais fácil e violento, mas também o menos eficaz. Segurança pública não deve ser sinônimo de guerra, que vitimiza trabalhadores e os próprios policiais, sem resolver a violência de maneira estrutural”, afirmou a deputada Dani Monteiro (PSOL), presidente da comissão.
Resumo da operação
A operação, que tinha como objetivo conter ações de criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV) e combater roubos de cargas e veículos, deixou dois mortos, um preso e ao menos dois feridos.
Entre as vítimas fatais está o jardineiro Carlos André Vasconcellos dos Santos, de 36 anos, atingido por uma bala perdida enquanto tomava café da manhã próximo ao BRT.
Os feridos incluem o policial militar Diogo Marinho Rodrigues Jordão, que permanece hospitalizado em estado grave, e um jovem de 21 anos atingido dentro de sua residência.
A Comissão de Direitos Humanos da Alerj informou que irá oferecer suporte às famílias das vítimas.