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O boletim InfoGripe mais recente, divulgado pela Fiocruz, mostra que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) seguem em crescimento em grande parte do país, especialmente entre crianças e idosos. A análise, referente à Semana Epidemiológica 22 (25 a 31 de maio), revela que a mortalidade nas últimas oito semanas foi semelhante entre esses dois grupos, embora os agentes causadores variem.
Nos idosos, os óbitos estão fortemente associados à influenza A, enquanto nas crianças predominam os casos e mortes por rinovírus e também por influenza A. Em crianças de até quatro anos, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal responsável pelos quadros graves, mas influenza A e rinovírus também têm impulsionado hospitalizações, inclusive entre adolescentes de até 14 anos.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destaca que, embora já haja sinais de estabilização ou queda em estados das regiões Centro-Sul, Norte e no Ceará, os níveis de incidência permanecem altos. “Reforço a importância da vacinação contra o vírus da influenza A, especialmente nas populações mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com comorbidades e gestantes”, afirmou.
Atualmente, 25 das 27 unidades da federação estão com nível de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com tendência de crescimento no longo prazo. Entre os estados afetados estão Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Amazonas, Goiás e Rio Grande do Sul. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e Porto Alegre também estão em situação preocupante.
Entre jovens, adultos e idosos, os casos de SRAG relacionados à influenza A seguem em crescimento em boa parte do Centro-Sul, além de estados do Norte e Nordeste. Mato Grosso do Sul apresenta os primeiros sinais de queda, enquanto Ceará, Pará e Tocantins mostram interrupção da alta, embora ainda em níveis elevados.
Desde o início de 2025, o país registrou 83.928 casos de SRAG. Desses, 49,4% tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. O VSR responde por 45% dos casos positivos, seguido por rinovírus (22,8%), influenza A (22,7%), Sars-CoV-2 (11,1%) e influenza B (1,2%).
Nas últimas quatro semanas, a influenza A esteve presente em 38,9% dos casos positivos e em 73,4% das mortes por SRAG, consolidando-se como o vírus com maior letalidade no período. A presença do VSR também chama atenção, com 47,3% dos casos recentes e 12,8% dos óbitos.
A Fiocruz segue monitorando os dados e reforça a importância da vacinação e das medidas de prevenção, sobretudo com a chegada do inverno, período de maior circulação dos vírus respiratórios.