O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou o padre Antônio Carlos dos Santos por racismo qualificado, após o religioso proferir expressões homofóbicas em uma missa de 7° dia, em Nova Friburgo, em abril de 2023.
O denunciado, ao discursar na homilia, afirmou que uniões homoafetivas eram uma forma de destruição familiar promovida pelo demônio, caracterizando preconceito e discriminação contra homossexuais. A denúncia da promotora Letícia Martins Galliez foi embasada no artigo 20, § 2º-A, da Lei 7.716/89, conforme decisão do STF.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o ator Bernardo Dugin relatou o ocorrido à época, explicando que o comentário homofóbico foi feito durante a homilia, quando o padre aborda questões específicas. “Durante a homilia, o padre afirmou que ‘o demônio está entrando nas casas de diversas formas para destruir as famílias, sendo uma delas a união de pessoas do mesmo sexo, como homem com homem e mulher com mulher'”, disse Bernardo.
Após ouvir o discurso, o ator foi até a delegacia (151ª DP) e registrou uma denúncia. Ele afirmou: “Não vou permitir que discursos de ódio, disfarçados de fé, afetem a mim, minha família e toda uma comunidade. O verdadeiro demônio está no ódio, e não no amor”.
Na época, a Diocese de Nova Friburgo, representada por seu Bispo Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, expressou pesar pelo ocorrido durante a missa do dia 30 de abril na Capela do Colégio Nossa Senhora das Dores. A Diocese pediu desculpas a quem se sentiu ofendido e reafirmou os princípios de misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação que orientam a conduta dos padres.
Em outra nota, o padre Antônio Carlos dos Santos, envolvido no caso, afirmou que suas palavras não tinham a intenção de ofender ninguém e pediu desculpas. Ele destacou que seu objetivo é sempre pregar o mandamento da caridade, respeito, misericórdia e tolerância.
O Colégio Nossa Senhora das Dores também se pronunciou, afirmando que segue o ensinamento do papa Francisco, que prega o verdadeiro evangelho de Jesus sobre amor e respeito a todos, sem discriminação. O colégio reforçou que valoriza as diferenças e rejeita qualquer forma de preconceito.