Os dois presos que fugiram nesta quarta-feira (14/02) do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, são integrantes da principal facção do estado do Rio de Janeiro.
Na primeira fuga já registrada no sistema penitenciário federal, duas figuras, Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, e Rogério da Silva Mendonça, escaparam da penitenciária de Mossoró. Antes da transferência para Mossoró em setembro de 2023, os dois cumpriram pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Acre.
A decisão de transferi-los, junto com outros doze presos, para o sistema federal ocorreu após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho de 2023, que resultou na morte de cinco detentos. Segundo o governo local, Nascimento e Mendonça estavam diretamente envolvidos no incidente e têm ligações com o Comando Vermelho, principal facção do estado do Rio de Janeiro.
Atualmente sob o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o prazo para a permanência dos dois na penitenciária federal de segurança máxima é de dois anos. Vale ressaltar que o presídio de Mossoró abriga outras lideranças do Comando Vermelho, como Fernandinho Beira-Mar, recentemente transferido da prisão federal de Campo Grande para o Rio Grande do Norte.
Essas fugas representam um desafio para o sistema penitenciário federal, que até então era reconhecido pela sua disciplina e segurança. Administrado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o sistema foi concebido para combater o crime organizado, isolando lideranças criminosas e presos de alta periculosidade. Até este incidente, nunca havia ocorrido fuga, rebelião ou entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, conforme afirma a Secretaria Nacional de Políticas Penais.