A Justiça do Rio de Janeiro realizou nesta sexta-feira (18/08), a primeira audiência de instrução e julgamento sobre as dez mortes no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019.
Ao longo da tarde, a 36° Vara Criminal ouviu testemunhas de acusação contra os 8 réus pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave. Entre os acusados está o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Em 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 11 pessoas. Entretanto, naquele mesmo ano, a justiça recusou a denúncia contra 3 profissionais e tornou 8 réus.
No documento, o MP citou que dirigentes e outros profissionais negligenciaram cuidados básicos que poderiam ter evitado a tragédia, como a ausência de um plano de socorro e evacuação em caso de incêndio, escassez de monitores para auxiliar os jovens atletas e falhas nas instalações elétricas.
O órgão também lembrou que, em 2015, chegou a pedir a interdição das obras no Ninho do Urubu por descumprimento de determinações do Corpo de Bombeiros.
O advogado Rafael Kullmann, que defende Bandeira de Mello, disse acreditar que “a Justiça inicia o caminho em direção à verdade”, em que ficará comprovada a inocência de seu cliente.
O incêndio no Ninho do Urubu, em 8 de fevereiro de 2019, deixou 10 adolescentes mortos e 3 feridos. A estrutura que pegou fogo era usada como dormitório para jovens atletas do Flamengo.