A Operação Élpis que prendeu nesta segunda-feira (24/07) o ex-bombeiro militar Maxwell Simões Corrêa, deu mais um passo em busca de algumas perguntas sem respostas, dentre elas uma que se repetiu inúmeras vezes ao longo dos últimos 5 anos: “Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes?”.
Para além da atuação do bombeiro conhecido com “Suel”, cuja participação é atribuída pela investigação ao monitoramento de Marielle e à destruição de provas do crime, como o desmanche do carro e o descarte das armas usadas na noite dos assassinatos, a força-tarefa também obteve detalhes esclarecedores sobre os envolvimentos dos ex-PMs Elcio de Queiroz e Ronie Lessa, acusados de executar a vereadora e o motorista.
De acordo com os delegados da PF e do Ministério Público do Rio de Janeiro, durante a delação premiada feita com autorização da justiça, Elcio de Queiroz confessou que dirigiu o carro na noite do dia 14 de março de 2018, data do crime. Ainda segundo os investigadores, o ex-PM disse que os disparos foram feitos por Ronie Lessa, que teria usado uma submetralhadora com um silenciador.
Ao longo da delação, Queiroz afirmou, ainda, que Lessa pagou uma empresa de serviço de dados para obter informações pessoais sobre Marielle Franco e seus parentes. Os dados teriam sido acessados dois antes do crime.
Um outro avanço nas investigações foi o detalhamento do trajeto dos suspeitos na noite do crime. De acordo com o MPRJ e a PF, Elcio e Ronie teriam abandonado o carro na Zona Norte da capital e fugido de táxi para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Segundo a delação, o veículo teria sido levado pelo ex-bombeiro “Suel” para um desmanche.
A defesa de Maxwell Simões Corrêa “Suel” negou o envolvimento do ex-bombeiro no crime.
Embora não haja nada concreto sobre a autoria intelectual dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, a força-tarefa garante que atua em várias frentes para desvendar os mandantes.
“Hoje nós entendemos que elucidamos a mecânica do crime, em relação à preparação e à queima das provas. Nós estamos focados, até por uma questão de tempo, em escalar um alicerce para apurar o envolvimento de outras pessoas, chegando à autoria intelectual do crime”, disse Leandro Almada, Superintendente da PF no Rio.